Tava pensando aqui em como começar esse post sobre essa série que gosto muito e que, recentemente (tá, hoje), terminei de ler. Bom, acredito que o modo mais correto seria introduzir a história.
"Y, O Último Homem", escrito por Brian K. Vaughan e desenhado (quase integralmente) por Pia Guerra, narra a história de Yorick Brown e seu macaco Ampersand, os dois últimos mamíferos com o cromossomo Y em seu DNA em suas viagens, acompanhados da Agente 355 e da Dr. Allison Mann em suas viagens para descobrir o que causou o "generocídio" e tentar reverter essa situação.
Acredito que se 90% das pessoas fossem contratadas para escrever a história sobre o último homem da Terra, o fariam como uma história onde só haveria sexo e clichês do tipo, claro que, com essa temática, o sexo não fica de lado, afinal não há como ignorar a sexualidade em uma história em que 99,9% do mundo fica sem seus parceiro, mas aqui, o sexo nunca é gratuito ou apenas com o intuito de chocar o leitor, tudo tem um propósito. Por ser um gibi do selo Vertigo, a linha "adulta", por assim dizer, da DC Comics, violência e nudez aparecem com uma grande frequência, o que pode causar um certo estranhamento aos leigos que acreditam que gibis são apenas super heróis dando porradas em bandidos. Vaughan dá uma escapada do gênero dos heróis e cria aqui uma história que mistura ação, humor na medida certa e referências da cultura pop e fora dela que são distribuídas em enorme quantidade nas páginas que, se não fossem as centenas de notas dos tradutores nos rodapés, grande parte dos leitores ficariam perdidos.
A história entretanto não fica apenas no básico "Oh, os homens morreram, o que faremos agora?" e parte para outras indagações do que seria o mundo sem homens, alguns temas são abordados com profundidade, como por exemplo a questão do congresso americano, onde a grande maioria dos representantes e deputados são homens, os governos do mundo ficariam perdidos. Outra idéia que é mostrada na série é a forma que esses eventos se desenrolavam no Oriente Médio, onde as mulheres não possuem direitos iguais aos dos homens e utilizam burcas (aquelas roupas que cobrem todo seu corpo), o que seriam delas sem os homens, como se sairiam agora que estão "livres".
Não entrarei em maiores detalhes para não entregar spoilers para quem gostaria de ler então paro por aqui no que se diz do enredo. Analisando um pouco mais a estrutura da série, Vaughan meio que cria crônicas soltas dos personagens pelas 60 edições, vai e volta no tempo, no maior clima de Lost - consigo até imaginar o efeito de transição entre os flashbacks e o tempo em que a história acontece de verdade - , e por vezes criar algumas edições em que os protagonistas nem mesmo aparecem e algumas outras que se passam em outra linha temporal e que te deixam com uma cara de "O que acontece agora?" e que na edição seguinte nada daquilo é mostrado, tudo deixado para ser explicado 10, 15 edições depois, coitado de quem realmente ficou esperando mês a mês o desenrolar dessa história, que não é o meu caso, li tudo em uma tacada só.
Por fim, os desenhos, - afinal, se não fossem eles, o gibi perderia grande parte de seu charme - a sempre competente Pia Guerra desenha a maior parte das edições - em algumas, outros desenhistas são chamados para desenhar, menção honrosa para Goran Sudzuka, entre todos, o meu preferido - e seus desenhos são sempre corretos anatômicamente e criam uma narrativa muito boa que nos faz "entrar de cabeça na história".
Encerro o post por aqui, acredito que ficou decente e espero melhorar nos próximos.
"Y, O Último Homem" é publicado no Brasil pela Editora Panini desde 2009.
Os encadernados possuem arcos de histórias completos e são publicados sem uma periodicidade definida.
Para baixar a primeira edição, em pdf, disponibilizada pela Panini para quem tiver interesse, clique aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário